domingo, 6 de novembro de 2016

Ford e Jose Cuervo se juntam para produzir bioplástico

O agave-azul é uma planta que de algum modo se assemelha a um abacaxi gigante, e é conhecida da maioria das pessoas, principalmente, por estar na origem da tequila, a mundialmente célebre bebida mexicana. Agora, também pode servir para a produção de bioplásticos destinados à indústria automobilística, caso cheguem a bom termo as negociações e as pesquisas realizadas pela Ford e pela Jose Cuervo, um dos maiores produtores de tequila do mundo.
As plantas do agave-azul utilizadas na produção de tequila, além de demorarem, pelo menos, sete anos a maturar, fornecem a esta indústria os seus “corações” (ou “piñas”). Piñas estas que, posteriormente, são cozidas 48 horas e arrefecidas durante mais 14 horas, de modo a converter as respectivas fibras em açúcar fermentável. Este açúcar é, em seguida, extraído na sua totalidade através de um processo de moagem, de que resulta um líquido chamado “aguamiel” que, quando fermentado, dá origem à tequila.
Resulta que a ramagem exterior do agave-azul acaba por ser um desperdício, grande parte das vezes, destinado à produção de pasta de papel. E é justamente esta fibras não utilizadas pela Jose Cuervo que o projeto do gigante norte-americano se propõe utilizar como base para um bioplástico leve e resistente, destinado à produção de componentes para automóveis, principalmente no revestimento de cabos elétricos, em unidades de aquecimento e de ar condicionado e em diversos recipientes.
A própria Ford reconhece que os bioplásticos produzidos a partir do agave-azul poderão não tornar, por si só, a automóveis mais leves. Mas restarão poucas dúvidas de que o aumento da incorporação de materiais compósitos sustentáveis poderá contribuir para reduzir o peso dos veículos. Além disso, a Ford tem como um dos seus objetivos reduzir o uso de materiais petroquímicos em favor do uso de bioplásticos, visando reduzir o impacto da sua atividade sobre o ambiente.
O trabalho desenvolvido pela Ford e pela Jose Cuervo está ainda na fase de pesquisa, não havendo uma data definida para a produção de bioplástico a partir do agave-azul. Até porque, primeiro, terá que garantir que este satisfaça os padrões requeridos para a sua utilização na indústria automobilística. Se tudo der certo este seria mais um passo para aproveitar os cerca de milhões de toneladas de biomassa agrícola que, segundo as Nações Unidas, todos os anos são desperdiçados no mundo todo.


Fonte: http://observador.pt/

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