quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Cientistas vão anunciar resultado do primeiro Censo da vida marinha

Pesquisadores do mundo inteiro estão em Londres para anunciar os resultados do primeiro censo da vida marinha. Foram dez anos de pesquisas em todos os oceanos, centenas de expedições e milhares de novas espécies descobertas.A partir de amostras do fundo do Oceano Atlântico, pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí isolaram 300 tipos de bactérias e ficaram animados com o que descobriram de 20 deles. “Essas bactérias têm a capacidade de compor gorduras e celuloses e também produzir bioplástico que tem importância na indústria”, explica o pesquisador do Censo André Lima.
O material foi retirado de uma das regiões menos conhecidas do planeta: a cordilheira meso-oceânica do Atlântico Sul, uma cadeia de montanhas que fica dois quilômetros abaixo da superfície do mar, entre a América do Sul e a África.Que vida existe em águas tão profundas? Uma expedição comandada por cientistas brasileiros com a participação de pesquisadores uruguaios, russos e neozelandeses foi atrás da resposta.“Agora começa o lento e trabalhoso processo de identificação desses organismos e é nesse processo que nós vamos ter algumas respostas como, por exemplo, registros de espécies que se conheciam em outros oceanos e agora estamos vendo aqui ou espécies que não eram conhecidas simplesmente”, afirma o pesquisador do Censo José Angel Perez.
A pesquisa brasileira faz parte de um esforço mundial: a realização do primeiro Censo da vida marinha. Durante uma década, 2700 cientistas de mais de 80 países trabalharam no projeto, e mais de 500 expedições vasculharam todos os oceanos para chegar a um retrato inédito da biodiversidade.Graças ao Censo, 1,2 mil novas espécies marinhas foram descritas pela ciência. Outras cinco mil aguardam catalogação. O levantamento também trouxe alertas.
Com a poluição e a pesca excessiva, os organismos marinhos perderam quantidade e tamanho em apenas uma geração. E houve uma redução global das micro-algas que produzem metade do oxigênio para o planeta.“É um retrato global da biodiversidade marinha. "É quase como se ter um diagnóstico global do estado da saúde nosso planeta", ressalta o pesquisador do Censo José Angel Perez.





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